O Huddersfield Town regressa ao primeiro escalão do futebol inglês quarenta e cinco anos depois. Os Terriers venceram o play-off de subida à custa do Reading, na marcação de grandes penalidades. Junta-se assim a Newcastle e Brighton que garantiram a subida automática à Premier League.

Ambição com pés e cabeça

Desde 1972 que os Terriers não chegavam ao primeiro escalão do futebol inglês.

Desde 1972 que os Terriers não chegavam ao primeiro escalão do futebol inglês.

Cento e vinte minutos de jogo jogado não foi suficiente para encontrar um vencedor. Foi preciso ir para a lotaria das grandes penalidades para o Huddersfield Town fazer história e garantir o regresso ao primeiro escalão do futebol inglês, quarenta e cinco anos depois. David Wagner não se cansava de louvar os seus jogadores, verdadeiros heróis de uma história de encantar. É um feito tremendo para um clube que nas quatro temporadas anteriores sofreu até à última para se manter no Championship. E uma merecida recompensa porque os Terriers provaram que se pode ter ambição sem perder a cabeça. O Huddersfield tinha um dos orçamentos mais modestos da segunda liga inglesa mas isso não o impediu de se aguentar no topo da tabela de um dos campeonatos mais competitivos do mundo. E quando chegou a hora de cerrar os dentes soube fazê-lo. O treinador confessou que não estavam decididos de antemão os marcadores dos penaltis e que ficou surpreendido quando Christopher Schindler se prontificou para ficar com o quinto. Os Terriers juntam-se assim a Newcastle e Brighton & Hove Albion – os dois primeiros classificados do Championship e que têm promoção automática – no elevador que os leva à Premier League.

Uma última palavra de apresso ao Reading e o presidente do Huddlesfield foi o primeiro a tê-la. Jaap Stam diz que a sua jovem equipa acusou um pouco a pressão do momento. Morrer com a praia à vista é especialmente duro.

O guarda-redes cedido pelo Liverpool foi decisivo frente ao Sheffield Wednesday e novamente na final, oa defender o remate de Obita.

O guarda-redes cedido pelo Liverpool foi decisivo frente ao Sheffield Wednesday e novamente na final, ao defender o remate de Obita.

Wagner com a cabeça a mil

A cabeça de David Wagner deve estar a mal. A noite de festejos deve ter sido passada em claro a pensar no muito que tem a fazer de imediato. E hoje, muito provavelmente, o dia há de ser passado ao telefone. Em jogo ontem estava a subida à Premier League mas também um prémio monetário de cento e setenta milhões de libras. Para se ter uma noção mais concreta, são catorze vezes o orçamento de que os Terriers dispuseram esta época. Mas agora que o impensável aconteceu, a equipa tem que se aclimatar em dois meses ao estatuto de primodivisionário. Uma temporada para programar com pés e cabeça, com o objetivo de ser sustentável a permanência no primeiro escalão.

Um dos primeiros telefonemas do técnico do Huddlesfield será para Jurgen Klopp. Além da troca de felicitações entre amigos – David Wagner era o treinador dos sub-23 do Dortmund quando Klopp era responsável da equipa principal – e da oportunidade para ouvir alguns conselhos sobre a liga inglesa, há que saber, por exemplo, se os Terriers poderão continuar a contar com Danny Ward. O guarda-redes cedidos pelo Liverpool foi um dos homens deste play-off. Defendeu dois penaltis na meia-final com o Sheffield Wednesday e ontem voltou a ser decisivo ao frustrar a tentativa de Jordan Obita.

Pelo segundo ano consecutivo o Sheffield Wednesday fica a um passo da ascensão, o que ainda que altamente frustrante não deixa de ser notável. A formação treinada por Carlos Carvalhal só caiu nos penaltis. O Fulham é o outro derrotado deste play-off. Na ponta oposta da tabela do Championship, Blackburn Rovers, Wigan Athletic e Rotherham são os despromovidos à League One. O Nottingham Forest, com os mesmos cinquenta e um pontos que os Rovers, escapou por um triz a esse destino.

Boas Apostas!